Memória e literatura: por um futuro do pretérito

Resumo

A relação que podemos estabelecer com o passado, para além de um dado a ser conhecido, pode tornar viável um passado ainda não vivido, um passado do que poderia ter sido e que se torna potente na medida em que olhamos para ele, ouvindo as vozes dos vencidos que insistem em clamar. Assim, o caráter inventivo da memória será potencializado pela literatura e, para tanto, utilizaremos como dispositivo analisador o livro “História do cerco de Lisboa”, de José Saramago, pois este potencializa uma relação de criação com o passado. Portanto, o presente trabalho consiste numa conversação entre teoria e ficção.